sexta-feira, 4 de maio de 2007

Paredão

Cheguei em pleno período eleitoral. Madeira. Os lados da contenda abafam-se em ruído com vista a convencer o povo dos seus propósitos generosos.
Junto ao mar, longe do ruído, detive-me no paredão do Funchal. Nomes. Datas. Poemas. Provérbios. Declarações de amor eterno.
As eleições não chegaram ao paredão do Funchal. O Amor navega naquele paredão de tijolo e betão. Naquele momento, o Amor daqueles nomes abafou o ruído.
Percorro o paredão e a história de homens e mulheres (curiosamente só homens e mulheres) é-me revelada em datas e declarações de amor. Umas longas, outras muito curtas.
Detive-me numa história. Começou em 27 de Abril de 2005. Continuou em 27 de Abril de 2006. Pelo menos naquele paredão.
Em 27 de Abril de 2007, eu voltei lá mas eles não voltaram. Terá sido o fim? Esqueceram-se?
Em 28 de Abril de 2007 voltei esperando que afinal a história não tivesse tido um fim mas saí de lá sem uma data, sem uma continuação da história.
E vim-me embora a pensar: O Amor carrega em si a inevitabilidade do fim? Aquele Romeu e aquela Julieta “morreram”? O que é que une verdadeiramente as pessoas que se amam?

Um comentário:

MSS disse...

O amor não morre... assume contornos diversos... Já adoro o teu Romeu e Julieta... um beijo...